segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O prefeito Luiz Amaral dá entrevista


O prefeito Luiz Amaral deu uma entrevista exclusiva ao jornalista Wilson Novaes da emissora 95 FM. Falou sobre a situação da atual administração e também sobre um provável concurso público que será lançado em maio de 2010. Preparativos para isso serão feitos segundo ele.

- Prefeito, quais as dificuldades enfrentadas pela sua administração nestes primeiros sete meses?

Nós fomos eleitos dentro de uma ampla coligação e fomos às ruas fazendo uma campanha muito pré-positiva. Assumimos em janeiro com a expectativa de acertar. As nomeações, as coligações com oito partidos, as escolhas de secretários, diretores, administradores de distritos,tudo isso provoca um desgaste muito grande.

- A dificuldade inicial foi de caráter político?

Fomos surpreendidos com o negócio da dengue, aquele mosquito terrível desestruturou em grande parte a Saúde. Alguns problemas que nós temos hoje na área da Saúde foram em função do combate, daquela despesa que nós fizemos. O estado mandou que agente fizesse contratos com clínicas particulares, contratasse médicos, isso nós fizemos e teria que ser feito. Saúde é saúde, vida é vida e é prioridade absoluta principalmente numa pré-epidemia. Na área da Educação havia uma tradição das pessoas mais influentes indicarem o diretor e o vice-diretor. Nós mudamos, somente quem pode ser diretor e vice-diretor das escolas do município são professores do quadro. Também tivemos o problema do lixo. A Locar estava trabalhando e trabalhando bem, mas o contrato dela terminou e não podia continuar. Apareceram outras empresas, mas nossa procuradoria jurídica encontrou uma forma de prorrogar o contrato por mais 45 dias e então fizemos à concorrência e Locar apareceu com menor preço, ganhou e ponto final. Diga-se de passagem, presta um bom serviço, poderia prestar melhor e nós vamos conversar com ela pra isso, principalmente nos bairros e nos distritos.

- O senhor admite um desgaste nesses primeiros meses?

Naturalmente, quando você faz uma campanha política de propostas, você cria muita expectativa, então quando você nos primeiros meses não dá uma resposta efetiva, você sofre desgaste. Não pegamos nenhuma obra no inicio, só reestruturar a prefeitura.

- A crise mundial afetou a Prefeitura?

Quando a crise explodiu nos Estados Unidos de maneira mais pesada, os políticos diziam que deveria ter cuidado, mas o próprio Presidente da República falou não, isso é uma marolinha, isso não tem problema, tem que gastar, e vai ter dinheiro pra isso, dinheiro pros prefeitos, vamos dar dinheiro dar a todo mundo e não alertou devidamente aos gestores sobre a crise. O Presidente da República falou tá falado.

- A prefeitura de Jequié convive no momento com dificuldade financeira?

Falta de dinheiro para os compromissos mais imediatos nós temos. Nós vamos pagar a folha. Mas, agente já sente certas dificuldades para o futuro. Nós vamos agora ter que puxar o freio de mão em função de quitar esses fornecedores que estão pendentes, principalmente da área médica em função da dengue, que o estado não repassou o dinheiro que tinha prometido por dificuldade financeira do estado também,

- E o que vai ser feito?

Temos que apertar os cintos e isso nós vamos fazer essa semana. Vamos fazer um enxugamento muito grande da prefeitura no que diz respeito aos terceirizados, vamos fazer revisão dos vários contratos que nós temos, chamar os credores para um abatimento dos valores, pra que agente possa garantir a folha até dezembro e principalmente garantir o 13º salário do pessoal.

- Esse aumento de 12,5% para todos, retroativo a fevereiro/2009, foi uma decisão certa?

Nem tanto. Mas o que aconteceu, com minha característica de falar a verdade, francamente, é que foi para a Câmara o aumento somente dos estatutários, os cargos de comissão não teriam aumento, mas lá houve um acordo pra votar esse aumento e aí encaixou os salários dos comissionados. Isso complicou um pouco pra nós.

- O senhor pensou em vetar esse aumento?

É o que agente poderia ter feito. Mas naquele momento nós estávamos com uma certa folga de caixa porque o mês de janeiro, nós pegamos um pouco da receita de dezembro de 2008 e nós não vetamos, o que foi um erro. A Prefeitura de Jequié poderia estar nesse momento em condições bem melhores se nós tivéssemos mais cuidados com certas coisas.

- O senhor vai fazer alguma mudança no seu secretariado?

Você sabe, quando nós fazemos um secretariado agente faz pra acertar. No decorrer dos meses alguns não se adaptam, outros por questões de família, outros porque acham que estão ganhando pouco, aí agente vai observando e vai chegando aos descontentamentos e nós vamos fazer algumas mudanças no nosso secretariado, a curto, médio e longo prazos.

- Quando e quem vai sair?

Agora no mês de agosto nós vamos conversar com alguns secretários e secretárias, saber da disposição, saber quais são as dificuldades, essas coisas todas. Em setembro também faremos isso.

- O senhor já sabe quem vai sair?

Ah, isso eu sei. Mas eu não quero anunciar porque é uma falta de delicadeza não comunicar com a pessoa que vai ser falado, né?

- Não será nomeado um secretário efetivo para o Desenvolvimento Econômico?

Olha, não tem o secretario de certa forma efetivamente nomeado, e é preciso falar com mais franqueza. Essa Secretaria de Desenvolvimento Econômico em Jequié sempre teve um desempenho pouco produtivo. Então tivemos essa secretaria guardada para que pudessemos atrair um partido ou dois partidos. O tempo foi passando, nomeamos o Dermival Rios que responde por ela, tem o João Vita que também faz articulação e eu de certa forma cuido diretamente das coisas econômicas de Jequié. Quem responde pela secretaria é o Dermival evidentemente que ele só ganha como Secretario de Governo. Quando chega um empresário na cidade quem vai receber sou eu, porque eu estive por dois anos e meio no Sudic e quem está mais por dentro dessas coisas sou eu, mais até do que qualquer outra pessoa que fosse o Secretario de Desenvolvimento Econômico. Acredito que agora em agosto agente resolva isso para dar uma nova estruturação ao setor.

- Haverá uma reforma administrativa?

No meu ponto de vista de administrador, acho que Jequié tem muitas secretarias. Então nós vamos fazer uma reforma administrativa agora nos meses de setembro e outubro, vamos juntar algumas secretarias, mudar a denominação de outras porque nós temos que preparar o município para o concurso público que nós queremos fazer em maio do ano que vem. Nós vamos contratar uma empresa pra fazer um quadro de vagas.

- A administração irá superar esses problemas iniciais?

Nós estamos no caminho certo, agora nós fomos atropelados por certas coisas externas e também por certas coisas internas. Elas estão sendo superadas e acredito que em outubro nós vamos lançar um pacote de obras com um valor muito expressivo, de calçamentos, urbanização de bairros. O nosso sangue é bom, chegou a obra do CEFET (IF-Bahia), o frigorífico vai reabrir, eu acredito que nós vamos fazer uma administração a altura do que o povo de Jequié merece e está precisando, principalmente a questão do calçamento nos bairros, 50% das ruas de Jequié estão precisando de melhoramentos, a cidade cresceu muito, houve uma expansão horizontal e está precisando de muito calçamento, porque ele dignifica as ruas, melhora a situação, e acredito que nós vamos chegar lá, porque agente precisa estar a altura da votação que o povo deu a nós senão é uma frustração será muito grande.

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