domingo, 2 de agosto de 2009

A piada do dia

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu, esbravejava, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu fez o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio dos pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova, o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: “O que é que há?”

O coveiro então gritou, desesperado: “Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!” “Mas coitado!” – condoeu-se o bêbado – “Tem toda razão de estar com frio . Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!”. E, pegando a pá, encheu-a de terra e pôr-se a cobri-lo cuidadosamente.

MORAL: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela.

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